Seus
olhos amarelados percorrem os campos. O crepúsculo sobrenatural era claro nessa
região. Mesmo ao sol do meio dia, no meio do céu a noite imperava, criando um
espetáculo estranho. Seus exércitos estavam perfeitamente alinhados. O feixe de
pelos de todos os elmos balançavam homogeneamente com a força do vento. Seu
próprio elmo dourado descansava sob um de seus braços, brilhando junto com sua
armadura também dourada. A sua direita, a cavalaria de Dragões-Corcéis, todos
eles cavalgando os cavalos dracônicos com escamas douradas. A sua esquerda, o
suporte de magos e clérigos de combate. Todos eles com os mantos e armaduras em
detalhes dourados. Era a Primeira Legião, a Legião Dourada. E ele era o General
Dourado, o general que já vencera batalhas quase perdidas. Aquele cuja Legião
era conhecida pela lealdade inabalável.
Próxima
à linha do horizonte, a multidão de mortos vivos aguardava impaciente. Um mago
ao lado do General Dourado mostrava que as vidências sobre o exército redivivo
não funcionavam perfeitamente. Os Olhos Observadores que eram convocados
estacavam a quilômetros da massa de corpos. Mesmo assim, ele era capaz de
analisar friamente. Os cabelos muito brancos de um elfo que caminhava
tranquilamente mostrava que um dos da Primeira Geração estava comandando o
exército. Um dos elfos que, amaldiçoados pelo Deus do Sol, escolheram a vida
falsa oferecida pelo Rei Lich antes mesmo que um dos amaldiçoados mais
poderosos conseguisse reverter uma parte da maldição. Em vez de se tornarem
Elfos Negros, se tornaram Vampiros. O rosto pálido se destacava ante os demais.
Ele havia trazido alguns fantasmas para darem suporte e alguns mortos vivos com
capacidade de voar.
Depois
de observar tudo o que podia, avisou em uma rápida reunião com os líderes das
centúrias qual seria a estratégia. Eles iriam se fechar em barreiras de escudos
e avançariam lentamente. As baixas deveriam ser mínimas. O objetivo não era
ganhar terreno ou causarem baixas nos inimigos. Eles seriam iscas. Uma
distração para que um poderoso grupo de aventureiros invadisse a Torre do
Eclipse Eterno e conseguissem a primeira vitória palpável contra o, agora,
Demilich. Eles se dispuseram a entrar no território ocupado e acabar com a
magia que trazia a noite. A Primeira Legião deveria somente suportar a carga
até que eles conseguissem dissipar a magia. Caso demorassem mais de um dia, a
Legião iria se retirar, assumindo que eles haviam perecido em missão. Seria um dia
inteiro de combate. As tropas seriam divididas em três grupos, com um
descansando enquanto outro dava suporte ao grupo que iria agüentar duas horas
de combate. E assim seria por um dia.
Quando
a Noite Eterna cedesse, a Legião Argêntea, junto com a Legião Escarlate, iria
chegar para renderem a Dourada e tomarem o território, eliminando os inimigos
remanescentes. Como sempre, a Dourada ficava com a pior parte. Afinal, Viviane
e Radamanto, Generais da Argêntea e da Escarlate, eram filhos de Conselheiros.
Ele era somente um plebeu. Um plebeu com um exército capaz de dar a vida por
ele. Um plebeu que despontou como o melhor General que essa terra já vira. Ele
era um simples humano. Ele era somente o General Dourado. Nada além disso.
Erguendo sua espada, a Força da
Legião, sua voz se ergue em um grito que trespassa o ar com a força de um
rugido. Como que respondendo ao seu rugido, um terço de suas forças avançam.
Prontas para dar a vida em mais uma batalha.
0 comentários:
Postar um comentário