Arthur Mengsk sempre foi o mais inteligente da turma. As aulas nunca ofereceram o desafio apropriado e, talvez por isso, tenha se interessado por jogos tão cedo. Vinha de uma família que tinha algumas posses e por isso conseguiu um computador cedo. Sua curiosidade natural o fez imergir na internet rapidamente. Aprendendo. Logo, seu computador não era bom o suficiente. Juntando o dinheiro da mesada por meses, vendendo trabalhos de colégio para garotos muito mais velhos, ele montou seu próprio computador pela primeira vez. Tinha dez anos.
Com um computador bom, ele avançava sua imersão. Sua vida era o computador e o que podia oferecer. Na escola, se esquivava dos bullys e se mantinha escondido. Somente era visto quando precisavam dele. Quando alguém precisava de um trabalho muito bom em muito pouco tempo. Não importava a série. Aos poucos, vários alunos da High School já lhe deviam um favor ou outro.
Com onze anos, brincava de hackear sites considerados perigosos. Na rede ele era Tosh. Na rede não havia idade. Apenas talento. E talento ele tinha. Aos treze, percebeu que seus amigos começavam a desaparecer. Nem mesmo ele encontrava os hackers locais. A rede segura, com criptografia copiada dos militares e depois aprimorada, não parecia tão segura. Vendo que restavam poucos hackers na cidade, ele também sumiu.
Os estudos não eram problema. Com quinze anos conseguiu mais de 1800 no SAT. Após hackear e trocar a página inicial do MIT por uma dizendo “Tosh passou por aqui” ele foi aceito na faculdade. Dezesseis anos e havia se despedido dos pais. Ido para a faculdade. Em menos de um ano, largou. Ainda não via o desafio. Não via a graça. Era isso o que dizia, mas a verdade era que não tinha a paciência. Detestava projetos longos. Tanto detestava demoras que em um mês regado a café e junk food desenvolveu um novo logaritmo de busca.
No caminho para casa recebeu uma ligação. Quando entrou em casa, seus pais não acreditaram na notícia. Ele estava milionário.
Embriagado com o dinheiro, fez uma série de grandes investimentos. Porém o talento que tinha para informática não abrangia a economia. Ou até abrangeria, se tivesse a paciência para esperar. Investiu em empresas de risco. Que acabaram quebrando. Levaram grande parte de seu dinheiro, mas isso não era importante.
Tinha se acostumado com ter dinheiro. Com ser alguém. E ele nunca tinha recebido tanta atenção feminina quanto quando era rico. Então precisava continuar rico. Depois de muitos anos longe da antiga rede, ele voltou. Não mais uma criança que buscava diversão.
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